Veja
04/05/2009
Lauro Jardim, de Pequim
A crise mostra a sua cara lá, sim. Mas é para o país que mais dinheiro tem para investir que todos olham com curiosidade e esperança: a China é o motor da recuperação da economia mundial
Enquanto caminha pela monumental linha de produção da Hang Liu, o presidente da empresa, Huang Jun, um executivo afável e sempre sorridente, exibe com orgulho a maior fábrica do mundo de acabamento de tecidos para cama. Aparentemente, está funcionando a todo o vapor. Quando pergunto se estão produzindo tudo o que podem, Huang fica sério. Em tom de lamento, diz: "Até o ano passado, a unidade rodava 24 horas por dia, sete dias por semana. Agora, funcionamos apenas cinco dias". A Hang Liu, instalada na cidade de Jiangyin, a 150 quilômetros de Xangai, fabrica roupas de cama para as maiores marcas dos Estados Unidos. Para o país-sede da crise, vende 60% de sua produção. Há três anos, embalada por uma China que experimentou décadas de prosperidade ininterrupta e com sua capacidade de produção no limite do esgotamento, a Hang Liu investiu para dobrar seu parque fabril para os atuais 110 milhões de metros de tecido por ano. "É claro que me arrependi, mas agora não há mais o que fazer, exceto diminuir os custos e tentar encher meus bolsos de pedidos", afirma Huang. "Já começamos a redirecionar a produção para o mercado interno."
Esse é um dos retratos possíveis de como a crise penetrou no cotidiano dos chineses. Os ocidentais costumam rir quando se fala da crise econômica num país cujo PIB crescerá neste ano entre 6% (segundo vários economistas) e 8% (como almeja o governo). De fato, quem percorre despreocupadamente as ruas de Pequim, Xangai ou qualquer outra grande cidade chinesa não vê sinal de anormalidade a olho nu. Que ninguém se engane, no entanto: o furacão econômico que fez seus estragos mais visíveis nos EUA, na Europa e no Japão deu as caras também na China. Nem poderia deixar de ser diferente num país tão afetado pela globalização – aliás, o que mais se beneficiou dela até aqui. Crescer entre 5% e 8% poderia ser o paraíso nos EUA ou na Europa, mas, para as empresas que investiram imaginando um crescimento de dois dígitos, é excesso de capacidade ociosa na certa.
A China envia sinais aparentemente contraditórios ao Ocidente. Ora parece que sua recuperação já se iniciou e a crise ficou para trás – o volume recorde de carros vendidos no primeiro trimestre, que elevou a China ao posto de o maior mercado do mundo, e o crédito concedido pelos bancos neste início de ano, quase igual ao dos doze meses de 2008, são dois bons exemplos de reabilitação. Assim como há indicadores que apontam para o lado oposto – como os cinco meses de queda nas exportações ou o estoque de apartamentos e salas de escritórios novos que teima em não diminuir. Para que se entenda melhor a crise chinesa, é preciso, antes de tudo, jogar no lixo a falsa noção de que a exportação é o primeiro, o segundo e o terceiro pilar de sustentação da economia chinesa. Não é. A exportação desempenha papel importante (36% do PIB), mas divide esse pódio com a construção pesada e a construção civil – que, aliás, empregam muito mais. Juntas, dão trabalho a 77 milhões de chineses, o equivalente a toda a população economicamente ativa do Brasil. Desses 77 milhões, 60% vieram do campo em busca de salários melhores.
A construção pesada vai bem, obrigado. Em novembro, o pacote do governo para enfrentar a crise apontou o setor de infraestrutura como chave para vencer as dificuldades. O governo separou 265 bilhões de dólares, 45% do total do pacote para gastar entre 2009 e 2010 nessa poderosa alavanca. É dinheiro. Corresponde ao PIB da Argentina. E, por isso, tome estradas, pontes, viadutos, metrôs, aeroportos etc. que continuam rasgando o território chinês em supersônica velocidade pré-crise (velocidade chinesa pré-crise, ressalte-se). Segundo um estudo da consultoria americana McKinsey, nos próximos quinze anos serão pavimentados 5 bilhões de metros quadrados de estradas e 28 000 quilômetros de trilhos de metrô na China – quase 28 vezes a malha do metrô de Nova York. Trabalha-se sete dias por semana nessas obras, inclusive à noite. No entorno de qualquer cidade média ou grande, não há como andar 1 quilômetro de carro sem avistar tratores, guindastes, vigas, poeira e gente à beça na labuta. Num domingo do fim de março, Donghiu Wang, de 30 anos, era um dos mais de 100 operários que circulavam dentro de um monumental canteiro de obras, colado a uma rodovia que leva ao aeroporto da cidade. Trabalhava para erguer um mega-arco rodoviário, com pelo menos oito viadutos que se cruzam entre si. Deu de ombros quando questionado se o desemprego o inquietava. "Esta crise não tem nada a ver com a China", disse. Apoiou-se numa pá com cabo de bambu e contou que está há dois meses no trabalho atual, tem mais três meses pela frente e já tem promessa de entrar em outra obra bancada pelo governo.
Para aqueles que não estão dentro dos setores que o governo elegeu, a história é outra. Essa realidade é visível num moderno e confortável estádio de futebol em Xangai, o Xuhui, onde numa manhã fria de sábado se realiza uma das centenas de feiras de empregos que germinam pelo país. Todas organizadas pelo governo. São 8h15, e uns 200 candidatos começam a formar uma fila. Basicamente, há ali recém-demitidos e jovens tentando o primeiro emprego. Os portões de ferro do estádio vão se abrir dentro de 45 minutos. As pessoas correm para pegar seu lugar na fila. Duas horas depois, cerca de 20 000 já estão circulando pelos 200 estandes em que as empresas oferecem vagas. Os candidatos se inscrevem, mostram o currículo e esperam ser chamados. O torneiro mecânico Duan Yuanhai, de 22 anos, está há um mês desempregado. Trabalha desde os 18 anos e é a primeira vez que vive essa situação. Como fazia todos os anos, largou o emprego às vésperas do Ano-Novo Chinês para ficar algumas semanas com a família, numa província distante três horas de Xangai. Pretendia voltar ao mesmo emprego, exatamente como fizera nos três anos anteriores – um comportamento trivial no país. Só que, desta vez, o patrão fechou a sua vaga e a de outros colegas que agiram da mesma forma. "Não consegui voltar", diz Duan em sua terceira visita à feira. Alguns metros adiante, Zhou Chuncheng, de 26 anos, preenche mais uma ficha de inscrição. Há mais de um mês procurando emprego, já peregrinou por várias feiras. O químico Zhou, que trabalhava numa fábrica de tingir tecidos em Xangai, culpa a crise pela dificuldade inédita de se recolocar: "Antes, todos pulavam de emprego em emprego, mas agora ninguém quer sair de onde está. Isso dificulta a abertura de novas vagas".
Vários degraus acima, o fenômeno se repete. O presidente da InBev na Ásia, Miguel Patrício, tem se beneficiado da baixa rotatividade. Responsável por tocar 35 fábricas só na China e há um ano e meio no país, até o início da crise Patrício ressentia-se de não conseguir montar uma equipe de alta gerência e de diretores que incorporasse a marcante cultura empresarial da InBev. "Não dava tempo. A rotatividade era enorme. Recebiam propostas maiores em quantidade espantosa e davam adeus", diz. "Desde dezembro, no entanto, ninguém pediu demissão." A indústria cervejeira pode dar uma medida de como a crise se espalha por outros setores numa economia globalizada. Não está se falando das vendas, que começaram a cair em outubro e até agora não se recuperaram – mas da cadeia produtiva do setor. Com a crise, o malte europeu ficou mais barato que o produzido na China. Ato contínuo, a InBev chinesa passou a importar malte da Europa para usar em parte de sua produção de cerveja. A consequência óbvia: parte do malte chinês encalhou. E, por isso, deve ter agricultor chinês mais pobre. Ou diminuindo também o preço do seu produto.
Liqun Wang, presidente do fundo de private equity chinês Stone Capital, serve-se de água quente, quase fervendo (algo comum na China), bebe um pouco e diz que o momento é excelente para investir: "As empresas que sofreram o impacto da crise são um dos nossos alvos. O valor das ações caiu: é hora de comprar". O fundo, criado há seis meses em Xangai por dezesseis capitalistas chineses, mira também empresas voltadas para o mercado interno. Já comprou duas, aliás. Não só porque é um motor no qual o governo quer botar mais combustível, mas porque é onde Wang trafega bem – tem boas relações com o governo. Assim como boa parte dos empresários chineses, Wang teve uma passagem pelo setor público. Antes de comandar o Stone Capital, dirigiu a estatal que cuida dos transportes de Xangai (de trem a ônibus, de metrô a táxi). Wang tem, portanto, um ótimo guanxi, que é como os chineses apelidam o misto de poder de influência, teia de relações e ajuda aos amigos que facilitam as coisas no país.
Assim como estão encalhados apartamentos e salas comerciais. A consultoria Dragonomics calcula que a China tenha 90 milhões de metros quadrados de casas novas ainda nas mãos dos empreiteiros – é uma área do tamanho de uma cidade como Vitória, a capital do Espírito Santo. Todas erguidas em 2008. Um total de 820 000 residências. Nesse ano, o total de área construída vendida de residências caiu 20,3%. Estima-se que o mercado vá demorar entre quinze e vinte meses para digerir tanto imóvel vazio. Não é à toa que a rede inglesa de material de construção e decoração B&Q já anunciou que deve fechar neste ano 22 das 63 lojas que tem na China. "Cancelei todos os projetos imobiliários que ainda não tinham saído do papel, todos em Xangai", afirma Zhaobai Jiang, presidente do grupo PengXin, que investe em construção de imóveis residenciais e comerciais na China e em mineração e soja na América Latina, Austrália e África. Enquanto circula por sua monumental sala, onde se podem ver desde uma tartaruga empalhada até um vistoso aquário no qual convivem peixes amazônicos como tucunaré, pacu e aruanã, Jiang informa também que engavetou o projeto de um hotel de cinco estrelas. Jiang, de 44 anos, manteve, no entanto, os quatro projetos de construção cujas obras já haviam sido iniciadas. Mas as vendas andam em marcha lenta. Um deles, o Above on the Bund, foi lançado em maio passado. É um monstrengo de 35 andares todo de granito preto por fora e com uma vista espetacular para o Pudong, a região onde estão construídos os arranha-céus-símbolo de Xangai. O prédio está quase pronto. Mas ainda tem muitas unidades à venda. Não é coisa para qualquer um: um apartamento entre 300 e 500 metros quadrados está custando 20 000 dólares o metro quadrado.
A construção civil é, portanto, uma das faces mais vistosas da crise chinesa. Em janeiro e fevereiro, as vendas de casas subiram, é verdade. Mas o ritmo das obras diminuiu 15% no primeiro bimestre. Como assim? Simples: as construtoras estão desovando estoque. Ou seja, a retomada nas vendas ainda não se traduziu em novos empregos. Para piorar, Cao Jianhai, economista de um instituto de planejamento oficial, prevê que o preço dos imóveis residenciais cairá 45% nos próximos dois anos em comparação com o que vinha sendo cobrado no fim de 2008. Vale a ênfase: se esse mercado crescer, a economia chinesa se expandirá de verdade. Esse é um setor vital que poderia fazer o PIB chegar aos 8% de crescimento que o governo quer ou patinar nos 6% que alguns analistas apostam. Muitos acham que no segundo semestre haverá uma retomada consistente – repita-se: "acham", ninguém tem certeza de nada, apesar de alguns sinais.
São duas Chinas convivendo, portanto. A que puxa o PIB para baixo. E a China que está dando sinais de crescer – e cresce. A Embraco, fábrica de compressores para refrigeradores, originalmente brasileira e hoje controlada pela americana Whirlpool, está no segundo time. Desde 1995 com uma fábrica em Pequim, a Embraco vive um momento especial nesta crise: vê os problemas de longe, bem de longe. Tem três linhas de produção operando a 100% da capacidade. A linha mais recente foi inaugurada há três meses: aumentou 33% a capacidade instalada, que agora é de 7 milhões de compressores por ano. "Teremos um ano excelente, vamos crescer", diz João Carlos Lemos, diretor-geral da subsidiária chinesa da Embraco há cinco anos. Não há algo errado? Não. A Embraco foi bafejada pelo pacote do governo para incentivar o consumo de bens como geladeiras pelos camponeses.
Confortavelmente acomodado numa das dezoito cadeiras de espaldar largo e alto que se espalham pela monumental sala de reuniões da prefeitura de Jiangyin, o vice-prefeito Gao Pei admite que a crise afetou as exportações das quase 20 000 indústrias da cidade, a maior parte delas ligada aos setores siderúrgico, têxtil e de máquinas. Jiangyin tem 1,2 milhão de habitantes e em 2008 exportou 20 bilhões de dólares – o mesmo, por exemplo, que o Equador, que tem uma população doze vezes maior. Pei repete dois mantras que se ouvem a todo momento na China: que o pacote de 585 bilhões de dólares do governo para reativar a economia será bem-sucedido e que uma das soluções para escapar da crise é redirecionar a produção para o mercado interno. Até aqui, nenhuma novidade. O pior já passou, então? É aí que Pei, vice-prefeito de uma cidade distante três horas de carro de Xangai, surpreende e desanda a detalhar os problemas dos bancos americanos: "Depende de Wall Street. Depende dos bancos de investimentos que detêm fundos que aplicam no mundo inteiro. O que está acontecendo aqui é impactado por essa situação".
A bordo do pacote de estímulos, alguns perigos espreitam a economia chinesa. Um deles é a superprodução, que pode ser o corolário de um erro de cálculo nos investimentos para a reativação da economia. Hoje, o total de capacidade de produção da China excede a capacidade de consumo em 10% do PIB. No passado, isso nunca foi problema: o excedente era disputado a tapa pelos EUA, pela Europa e pelo Japão. Agora, não mais. O que aconteceu nas siderúrgicas chinesas, que aumentaram a produção em fevereiro, é um exemplo desse risco. Pelo ritmo daquele mês, a China fabricaria 517 milhões de toneladas em 2009. Em 2008, o maior fabricante de aço do mundo produziu 500 milhões de toneladas. Sobrou aço. O preço caiu. Sob esse ponto de vista, não são só os EUA que precisam de ajustes – a China também. Se os EUA tiveram crédito abundante para torrar em consumo, os chineses tiveram crédito farto para produzir. Se se continuar a dar crédito, haverá superprodução. "Essa é uma preocupação do governo", admite o diretor adjunto do Ministério do Comércio, Shen Danyang.
Aos 22 anos, mas parecendo bem menos, Shixiang Yan viu a crise econômica perigosamente rondar sua vida sete meses atrás. Mas escapou do pior. Ela trabalhava numa linha de montagem da fábrica da Panasonic em Pequim. Era o seu primeiro emprego. O contrato, no entanto, não foi renovado – assim como o de várias amigas. Pouco depois, porém, soube que a Embraco, fabricante de compressores para refrigeradores, estava ampliando sua fábrica: abrira vagas para uma nova linha de montagem para aproveitar o estímulo (crédito farto e impostos menores) que o governo está dando aos camponeses para comprar geladeira. Empregada novamente, Shixiang adquiriu seu primeiro celular no mês passado e nem pensa em voltar para a casa dos pais, em Shandong, a 380 quilômetros de Pequim. "Aqui é muito melhor", diz.
A primeira consequência da superprodução em alguns setores é a queda de preços. Assim, o já barato made in China será exportado por um valor ainda menor. Nesse ponto, a China pisa em ovos: não pode fazer qualquer coisa para exportar mais. Tal atitude levantaria a bandeira do protecionismo do resto do mundo. A China pode falar mais alto nesta nova ordem mundial, mas não pode gritar muito – os EUA são, mesmo com a perna quebrada, de longe seu maior mercado. Não é difícil imaginar as vozes protecionistas se agigantando mundo afora. É tudo de que a China não precisa. "O protecionismo seria desastroso para a China", diz o americano Michael Pettis, professor de finanças da Universidade de Pequim. "Forçaria o país a absorver toda essa produção internamente." Uma substituição que, apesar dos esforços do governo, é impossível de ser feita a médio prazo.
O discurso de que vai redirecionar as exportações para o mercado interno é muito fácil de falar, mas não se faz estalando os dedos – por mais que os dedos do governo chinês quando estalem sejam como ordem para o país. A taxa de poupança dos chineses só aumenta. Era de 37% do PIB em 1998 e em 2007 subiu para 59% (a dos EUA é de apenas 14% do PIB). "Talvez a mais elevada de todos os tempos em qualquer economia", espanta-se Martin Wolf no livro A Reconstrução do Sistema Financeiro Global.
Não é uma transição simples. Primeiro, há um fator cultural. O confucionismo não estimula a extravagância consumista. Há outro dado objetivo também que atua como um muro para frear o consumo: a rede de segurança social é precária. Não se tem assistência médica gratuita. O chinês não tem aposentadoria garantida do estado. Sobretudo por isso, ele poupa. Nos últimos anos, o governo tem investido na rede de seguridade. Planejam-se megainvestimentos para os próximos três anos. Para citar um exemplo: o governo anunciou que até 2012 vai erguer 29 000 hospitais e postos de saúde, tanto no campo como nas áreas urbanas (o Brasil possui 2 908 hospitais públicos municipais, estaduais ou federais). Mas não se muda uma cultura tão arraigada de uma hora para outra.
A China possui, contudo, outro ativo em quantidade inexistente no mundo, além de escasso no mercado: confiança no futuro, algo que o primeiro-ministro Wen Jiabao qualificou como "mais importante que ouro ou dinheiro". Segundo uma pesquisa do Boston Consulting Group, 80% dos chineses dizem que vão manter ou aumentar seus gastos em 2010. Esse porcentual é quase o dobro do verificado nos EUA e na Europa. A pesquisa revela ainda que, enquanto 23% dos chineses acham que a economia vai piorar em 2009, 49% e 57% dizem o mesmo na Europa e no Japão, respectivamente. As três décadas de crescimento espetacular dão à população chinesa uma sensação de segurança que não se encontra em nenhum outro país.
Que ninguém fale em tempo ruim perto do irlandês Liam Casey, dono da PCH International, fornecedora de suprimentos para quase todos os gigantes americanos e europeus de eletroeletrônicos. Sua empresa faturou 120 milhões de dólares em 2008 e, com base nas suas projeções, fechará este ano 15% maior. Agitado, falando pelos cotovelos e autorreferente o tempo todo, Casey anda de um lado para o outro em sua sala, no alto de um prédio em Shenzhen, cidade onde são produzidos 80% dos eletroeletrônicos do mundo. Não fala uma palavra de chinês, mas transborda entusiasmo quando se refere ao país em que mora há treze anos. "A China não tem competidores na Ásia. Só aqui se podem fazer as coisas com qualidade. É o único país em que faço uma encomenda grande e em 48 horas posso embarcá-la para os Estados Unidos ou para a Europa." Mas e a crise? "Claro que existe e que há riscos. Mas esta crise é purificadora. As empresas ruins vão fechar, e a China dará um novo salto."
O colosso chinês tem problemas – que só serão resolvidos totalmente quando os países desenvolvidos, para onde vai o grosso de suas exportações, voltarem a andar com as duas pernas. É, contudo, para onde o mundo hoje olha com esperança de uma retomada mais rápida do crescimento. Não só com esperança, mas com certa excitação. Sozinha a China não tem condições de salvar o mundo, mas já tem tamanho para se apresentar como a parte principal da solução.
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