O Estado de S. Paulo
26/05/2009
AFP
Agricultura atrasada empurra norte-coreano para a miséria
Apesar do esforço para desenvolver seu ambicioso programa atômico, o governo norte-coreano não tem recursos para alimentar sua população. O país comunista vive sob a ameaça da fome desde 1995, quando centenas de milhares de pessoas morreram de inanição, com os sobreviventes se alimentado de folhas, cascas de árvores e tudo o que encontravam pela frente.
Inundações, seguidas por secas, e maremotos são em parte os responsáveis por essa situação, mas para os analistas o problema se deve principalmente ao atrasado sistema de agricultura coletiva e a uma rede de distribuição ineficiente.
Em 2002, o governo promoveu reformas limitadas no comando econômico, centralizado, flexibilizando um pouco os preços estabelecidos pelo Estado e dando incentivos para trabalhadores e fábricas.
Mas, em outubro de 2005, receando um afrouxamento do seu controle sobre o o país, o regime proibiu a venda privada de cereais e anunciou o retorno do racionamento centralizado dos alimentos.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, prevê que até 40% da população do - cerca de 8,7 milhões, do total de 24 milhões de habitantes - necessitarão urgentemente de ajuda alimentar nos próximos meses, diante das péssimas colheitas que vêm se sucedendo. Em setembro, o PMA pediu US$ 504 milhões de dólares de ajuda alimentar para a Coreia do Norte, mas até agora recebeu apenas 11% desse valor, suficiente para alimentar 1,8 milhões de pessoas.
Depois de a ONU condenar o país pelo lançamento de um foguete, em 5 de abril - que segundo os EUA e outros países foi um teste balístico disfarçado -, Pyongyang anunciou sua retirada das negociações com os americanos, a Rússia, a China, o Japão e a Coreia do Sul, dizendo que pretendia reativar sua produção de plutônio.
O rígido controle do regime até certo ponto vem fazendo água, com o contrabando de rádios, aparelhos de DVD e DVDs da China. Este mês foi lançado um serviço limitado de Internet para usuários de celulares.
Mas o governo ainda tenta controlar toda a informação e submeter "seus cidadãos a um controle rígido dos vários aspectos das suas vidas", diz um relatório de direitos humanos, emitido em 2007 pelo Departamento de Estado americano. O relatório menciona as contínuas informações sobre execuções extrajudiciais, desaparecimentos e detenções arbitrárias.
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