segunda-feira, 4 de maio de 2009

Fortalecer o bloco

O Globo

04/05/2009

Dr. Rosinha

No dia 26 de março, o Mercosul comemorou 18 anos. Dois dias antes, a União Europeia comemorara 52. Enquanto o primeiro sai do consultório do pediatra, o segundo entra no do geriatra. Ao contrário do que dizem os “mercocéticos” e os “eurocéticos”, tanto um como o outro gozam de boa saúde.

As realizações da União Europeia falam por si mesmas. As do Mercosul também são significativas. Do ponto de vista econômico e comercial, os êxitos são notáveis. Desde a criação do bloco, as exportações intra-Mercosul multiplicaram-se 8,5 vezes — passaram de apenas US$ 4 bilhões para cerca de US$ 33,5 bilhões, conforme dados de 2007. Já as exportações do Mercosul para o mundo cresceram 4,8 vezes, de US$ 46 bilhões para US$ 222 bilhões. A entrada da Venezuela agrega peso econômico ao bloco e aumenta seu protagonismo internacional. Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2008 as exportações brasileiras para aquele país passaram de US$ 608 milhões para 5,15 bilhões, um crescimento de 758%.

Também não faltam avanços institucionais e políticos. A criação e instalação do Parlamento do Mercosul, que começou a funcionar em maio de 2007, é uma importante realização política. O Parlamento, que tem entre suas atribuições a elaboração de informes anuais sobre os direitos humanos, ajudará a criar a cidadania do Mercosul.

O Parlamento criou o Observatório da Democracia. O Observatório prevê a criação de um Foro de Consulta para estabelecer a relação com a sociedade civil. O Protocolo do Ushuaia e o Observatório são instrumentos de acompanhamento da democracia no Mercosul, podendo denunciar qualquer agressão aos direitos humanos e ao estado de direito.

O melhor caminho para se combater a crise econômica mundial é aprofundar, ampliar e intensificar o processo de integração. Com estes instrumentos e com a conquista da maioridade do bloco, poderemos ter um Mercosul rico em realizações econômicas, sociais e políticas, que beneficiem todos os habitantes da região. Um Mercosul robusto e sem perigo de adoecer com a entrada da Venezuela.

DR. ROSINHA é deputado federal (PT-PR) e vice-presidente brasileiro do Parlamento do Mercosul.

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