sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Repressores condenados em 2 países

O Globo

14/08/2009

Argentina e Chile punem militares por crimes cometidos na ditadura

BUENOS AIRES e SANTIAGO. Tribunais de Argentina e Chile deram novos passos esta semana em processos por violações dos direitos humanos cometidas durante as últimas ditaduras militares nos dois países. Na quarta-feira, o exgeneral Santiago Riveros, acusado da morte de um jovem comunista em 1976, foi condenado em Buenos Aires à prisão perpétua. Em Santiago, ontem, 14 agentes da polícia do regime de Augusto Pinochet foram condenados pelo assassinato de quatro pessoas em 1986.

O general Riveros e quatro outros militares — que cumprirão penas entre 14 e 25 anos — foram considerados culpados pela morte do adolescente Floreal Avellaneda, sequestrado com a mãe, Iris Pereyra, em 1976. O corpo do jovem foi encontrado tempos depois no Rio da Prata.

No caso chileno, investigações revelaram que a polícia secreta de Pinochet ordenou uma série de prisões de esquerdistas após um atentado frustrado contra o ditador em 7 de setembro de 1986. Nos dois dias seguintes, um jornalista, um publicitário, um exfuncionário público e um professor foram mortos a tiros. O ex-major Alvaro Corvalán foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes; e os militares Jorge Vargas Bories e Iván Quiroz Ruiz, a sete anos. Foram condenados ainda 11 agentes da Central Nacional de Investigações (CNI).

Também ontem, o ex-general Manuel Contreras, líder da Direção de Inteligência Nacional (a temida polícia secreta de Pinochet), foi hospitalizado para tratar um traumatismo craniano. Ele sofreu uma queda após um interrogatório policial.

Aos 80 anos, Contreras está condenado a mais de 300 anos de cadeia. O jornal espanhol “El País” publicou também que tramita no Chile um projeto de lei que permitirá a parentes de 1.192 vítimas desaparecidas na ditadura reclamarem seus bens.

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