O Estado de S. Paulo
25/08/2009
NYT
O presidente americano, Barack Obama, manterá a política do governo George W. Bush de enviar suspeitos de terrorismo para ser interrogados em outros países. Segundo fontes da Casa Branca, que falaram ao jornal ?The New York Times? sob condição de anonimato, para evitar que os casos de tortura se repitam, Obama deve apenas enviar observadores para monitorar o tratamento dado a esses prisioneiros.
O Departamento de Estado também deve ter um poder maior para fiscalizar esses interrogatórios. "O objetivo é impedir que esses indivíduos sejam torturados se forem mandados ao exterior", afirmou um funcionário do governo, acrescentando que nenhum prisioneiro deve ser enviado a países conhecidos pela conduta abusiva de seus agentes de segurança em interrogatórios.
Organizações de defesa dos direitos humanos, porém, condenaram a decisão. Para elas, essas "garantias diplomáticas" - as visitas de funcionários do governos dos EUA e diplomatas americanos e de países aliados - já eram previstas na administração anterior e são insuficientes para impedir atos de tortura.
"É desapontador que o governo Obama dê continuidade à administração Bush nessas práticas", disse Amrit Singh, da União Pelas Liberdades Civis Americanas. Ela mencionou o caso de Maher Arar, um sírio com cidadania canadense enviado em 2002 à Síria. Damasco havia se comprometido a não torturar prisioneiros, mas, mesmo assim, Arar foi açoitado com cabos elétricos. Um diplomata canadense visitou-o na prisão, mas ele teve medo de reportar os abusos.
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