Folha de S. Paulo
25/08/2009
Sérgio Dávila, de Washington
Comissão da OEA condena o emprego de armas de fogo contra manifestantes
No dia em que comitiva de chanceleres desembarca em Tegucigalpa, CIDH critica também o cerceamento da mídia favorável a Zelaya
No mesmo dia em que uma missão de chanceleres de países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) desembarcou em Honduras para persuadir o regime golpista a recuar, uma comissão ligada à entidade soltou relatório em que faz acusações graves sobre a situação dos direitos humanos naquele país após a derrubada do presidente Manuel Zelaya, no último 28 de junho.
Entre os vários desmandos relatados pela Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos (CIDH), o principal é o de que agentes do governo golpista, comandado por Roberto Micheletti, podem estar ligados a mortes de opositores.
Ainda de acordo com o levantamento preliminar, divulgado ontem, há em Honduras hoje o uso desproporcional de força pública, detenções arbitrárias e controle da informação.
"Particularmente sério é o fato de que quatro pessoas morreram e várias outras foram feridas por armas de fogo", afirma o texto da entidade, que funciona de maneira autônoma e cujos membros são eleitos em assembleia da OEA.
"Uma investigação exaustiva dessas mortes é necessária, considerando que a comissão recebeu informação que as pode ligar a agentes do Estado."
Os seis enviados da CIDH identificaram ainda repressão a protestos por meio de bloqueios militares, implantação arbitrária de toques de recolher, detenção de milhares de pessoas e tratamento cruel, desumano e degradante dos detidos. A visita aconteceu entre 17 e 21 de agosto -e confirma acusações que vinham sendo feitas pelos aliados do presidente deposto e negadas pelo regime golpista.
O levantamento enfraquece ainda mais diante da opinião pública mundial o regime que se instalou após o golpe de Estado, que derrubou Zelaya e colocou Micheletti no poder. Por fim, coloca a Casa Branca e o Departamento de Estado obamistas em uma encruzilhada, já que o governo americano vem hesitando em tomar medidas mais duras contra o regime instalado após a queda de Zelaya.
A CIDH diz ainda que o controle de informação vem sendo exercido por ataques e ameaças a jornalistas, além do fechamento temporário de órgãos de mídia ligados a Zelaya ou que se opõem ao golpe, da ocupação militar de suas instalações, do bloqueio da transmissão dos sinais de emissoras pagas críticas ao regime e do que chama de "uso seletivo de cortes de eletricidade" dessas empresas.
Exemplo vivo do que fala o relatório, no domingo homens encapuzados tiraram do ar a rádio Globo e o Canal 36, ambas ligadas a Zelaya, no momento em que transmitiam show promovido pela Frente Nacional de Resistência contra o Golpe.
OEA em Tegucigalpa
Ainda ontem, a comissão de chanceleres, liderada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, chegou a Tegucigalpa, num avião cedido pelo governo dos EUA, para negociar com o regime golpista a aceitação do ponto principal do plano proposto pelo costa-riquenho Óscar Arias, que é a volta de Zelaya ao poder.
É pouco provável que consigam. A volta de Zelaya é "inegociável", reiterou a vice-chanceler do governo golpista, Martha Lorena Alvarado.
A restituição, segundo a OEA, é a única forma de legitimar a eleição presidencial marcada para 29 de novembro.
Comissão da OEA condena o emprego de armas de fogo contra manifestantes
No dia em que comitiva de chanceleres desembarca em Tegucigalpa, CIDH critica também o cerceamento da mídia favorável a Zelaya
No mesmo dia em que uma missão de chanceleres de países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) desembarcou em Honduras para persuadir o regime golpista a recuar, uma comissão ligada à entidade soltou relatório em que faz acusações graves sobre a situação dos direitos humanos naquele país após a derrubada do presidente Manuel Zelaya, no último 28 de junho.
Entre os vários desmandos relatados pela Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos (CIDH), o principal é o de que agentes do governo golpista, comandado por Roberto Micheletti, podem estar ligados a mortes de opositores.
Ainda de acordo com o levantamento preliminar, divulgado ontem, há em Honduras hoje o uso desproporcional de força pública, detenções arbitrárias e controle da informação.
"Particularmente sério é o fato de que quatro pessoas morreram e várias outras foram feridas por armas de fogo", afirma o texto da entidade, que funciona de maneira autônoma e cujos membros são eleitos em assembleia da OEA.
"Uma investigação exaustiva dessas mortes é necessária, considerando que a comissão recebeu informação que as pode ligar a agentes do Estado."
Os seis enviados da CIDH identificaram ainda repressão a protestos por meio de bloqueios militares, implantação arbitrária de toques de recolher, detenção de milhares de pessoas e tratamento cruel, desumano e degradante dos detidos. A visita aconteceu entre 17 e 21 de agosto -e confirma acusações que vinham sendo feitas pelos aliados do presidente deposto e negadas pelo regime golpista.
O levantamento enfraquece ainda mais diante da opinião pública mundial o regime que se instalou após o golpe de Estado, que derrubou Zelaya e colocou Micheletti no poder. Por fim, coloca a Casa Branca e o Departamento de Estado obamistas em uma encruzilhada, já que o governo americano vem hesitando em tomar medidas mais duras contra o regime instalado após a queda de Zelaya.
A CIDH diz ainda que o controle de informação vem sendo exercido por ataques e ameaças a jornalistas, além do fechamento temporário de órgãos de mídia ligados a Zelaya ou que se opõem ao golpe, da ocupação militar de suas instalações, do bloqueio da transmissão dos sinais de emissoras pagas críticas ao regime e do que chama de "uso seletivo de cortes de eletricidade" dessas empresas.
Exemplo vivo do que fala o relatório, no domingo homens encapuzados tiraram do ar a rádio Globo e o Canal 36, ambas ligadas a Zelaya, no momento em que transmitiam show promovido pela Frente Nacional de Resistência contra o Golpe.
OEA em Tegucigalpa
Ainda ontem, a comissão de chanceleres, liderada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, chegou a Tegucigalpa, num avião cedido pelo governo dos EUA, para negociar com o regime golpista a aceitação do ponto principal do plano proposto pelo costa-riquenho Óscar Arias, que é a volta de Zelaya ao poder.
É pouco provável que consigam. A volta de Zelaya é "inegociável", reiterou a vice-chanceler do governo golpista, Martha Lorena Alvarado.
A restituição, segundo a OEA, é a única forma de legitimar a eleição presidencial marcada para 29 de novembro.
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