Jornal do Brasil
19/03/2009
Marsílea Gombata
Entrevista: Alfredo Viloria
O compromisso do governo em assumir projetos que demandam recursos nacionais é a razão para que Hugo Chávez possa estabelecer como lei o controle de portos e aeroportos da Venezuela. É o que defende Alfredo Viloria, do PSUV, responsável pela Comissão de Ideologia do Batalhão Gilberto Peña, em Lara. Ao JB, o radialista diz que o governo está no direito de tomar decisões para "garantir homogeneidade do Estado pela integração".
Como vê a ocupação de portos e aeroportos pelo Exército?
Não se trata de simplesmente colocar o Exército, mas devolver à administração do governo portos e aeroportos. A lei de centralização tramita há um ano na Assembleia e desde 2001 na Justiça. O governo nacional está em seu dever de assumir a responsabilidade, já que estão em questão segurança e soberania. Imagina o que seria feito no Brasil com portos e aeroportos administrados sem proteção. A Justiça diz que o governo pode tomar decisões para a homogeneidade do Estado.
Qual a vantagem de o controle ficar com o governo federal?
A vantagem é o nível de manutenção que a proposta traz, já que são instalações que requerem recursos e atenção de maneira privilegiadas. O governo regional não tem base econômica para suportar.
Como avalia a justificativa do presidente? A medida é parte do projeto chavista?
O presidente foi claro que os setores têm de entender o respaldo que tem. Falam sobre personalismo, mas estamos tratando do bem-estar do país. Para que as coisas funcionem, tenham resultados, para que os organismos se adequem ao mínimo de normas de funcionamento, rendimento e êxito. Temos um sistema de transporte idealizado por administração local, mas construído pelo governo nacional, que quis colocar o projeto em marcha.
Por que os portos Cabello, Maracaibo e Porlamar primeiro?
A medida será aplicada a todos, sobretudo aos que estavam abandonados.
O anúncio de prender os que se opuserem à lei é legítimo?
Supõe-se que toda pessoa que viola a lei será submetida a processo semelhante. Independentemente de seu cargo, se não respeitar a lei pagará o preço. Assim é aqui, EUA, Rússia, Japão e Brasil.
Por que a oposição vê em Chávez uma figura ditatorial?
A oposição tem um discurso mentiroso, que omite o fato de que a cada venezuelano chega sua cota pela venda do petróleo.
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