O Globo
08/03/2009
Graça Magalhães-Ruether
ALEMANHA
BERLIM. Na mais grave crise econômica desde o final da Segunda Guerra, a Alemanha começou a reforçar as barreiras contra a imigração de fora da União Europeia. De acordo com Ahmed Ersöz, secretário geral da Associação de Empresas Turcas de Berlim, mesmo turcos que se casam com compatriotas já com direito de permanência na Alemanha têm o visto de imigração recusado.
- A alegação oficial é a falta de conhecimentos do idioma alemão, mas não entendo por que pessoas simples, que trabalham na limpeza, precisam falar fluentemente o alemão - disse.
Há duas semanas, a delegação alemã ouviu críticas no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, por casos de extremismo de direita e xenofobia. Enquanto um relatório oficial afirma que o racismo é um problema que existe entre os extremistas de direita, ONGs de direitos humanos veem o fenômeno em diversos segmentos da sociedade. Uma pesquisa do Instituto Allensbach indica que 50% dos alemães veem os 7 milhões de imigrantes como algo negativo. Os 2,7 milhões de turcos na Alemanha veem com bastante preocupação a possibilidade de uma recessão duradoura.
- Nós somos os primeiros a serem demitidos - disse Ersöz.
Mesmo nos anos do boom econômico, os imigrantes nunca foram aceitos como iguais. Ainda hoje, há famílias no país há três gerações e que continuam sendo registradas como "estrangeiros". Com o agravamento da crise e o aumento do número desempregados, os imigrantes começaram a ser com mais frequência alvos da extrema-direita. De acordo com o cientista político turco, praticamente toda semana há um ato de vandalismo contra pequenas firmas de turcos, como as lanchonetes de döner kebab, um sanduíche turco que está na moda.
Hoje, 40% dos cerca de 200 mil turcos de Berlim estão desempregados. Com o aumento da concorrência por um emprego, eles passam a ser vistos como os "indesejáveis", embora muitos sejam conheçam a Turquia apenas como o lugar de passar férias.
- Infelizmente, quando há crise, mesmo as pessoas corretas passam a ver os imigrantes como uma ameaça - conclui Ersöz.
08/03/2009
Graça Magalhães-Ruether
ALEMANHA
BERLIM. Na mais grave crise econômica desde o final da Segunda Guerra, a Alemanha começou a reforçar as barreiras contra a imigração de fora da União Europeia. De acordo com Ahmed Ersöz, secretário geral da Associação de Empresas Turcas de Berlim, mesmo turcos que se casam com compatriotas já com direito de permanência na Alemanha têm o visto de imigração recusado.
- A alegação oficial é a falta de conhecimentos do idioma alemão, mas não entendo por que pessoas simples, que trabalham na limpeza, precisam falar fluentemente o alemão - disse.
Há duas semanas, a delegação alemã ouviu críticas no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, por casos de extremismo de direita e xenofobia. Enquanto um relatório oficial afirma que o racismo é um problema que existe entre os extremistas de direita, ONGs de direitos humanos veem o fenômeno em diversos segmentos da sociedade. Uma pesquisa do Instituto Allensbach indica que 50% dos alemães veem os 7 milhões de imigrantes como algo negativo. Os 2,7 milhões de turcos na Alemanha veem com bastante preocupação a possibilidade de uma recessão duradoura.
- Nós somos os primeiros a serem demitidos - disse Ersöz.
Mesmo nos anos do boom econômico, os imigrantes nunca foram aceitos como iguais. Ainda hoje, há famílias no país há três gerações e que continuam sendo registradas como "estrangeiros". Com o agravamento da crise e o aumento do número desempregados, os imigrantes começaram a ser com mais frequência alvos da extrema-direita. De acordo com o cientista político turco, praticamente toda semana há um ato de vandalismo contra pequenas firmas de turcos, como as lanchonetes de döner kebab, um sanduíche turco que está na moda.
Hoje, 40% dos cerca de 200 mil turcos de Berlim estão desempregados. Com o aumento da concorrência por um emprego, eles passam a ser vistos como os "indesejáveis", embora muitos sejam conheçam a Turquia apenas como o lugar de passar férias.
- Infelizmente, quando há crise, mesmo as pessoas corretas passam a ver os imigrantes como uma ameaça - conclui Ersöz.
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