quarta-feira, 18 de março de 2009

Banco Mundial vê medidas protecionistas no Brasil

Folha de São Paulo

18/03/2009

da redação
Órgão critica redução do IPI para carros e tentativa de restringir importações

Segundo estudo, 17 membros do G20 adotaram medidas para proteger mercado interno, mas ressalta que impacto ainda é pequeno
A maior parte dos países do G20 (grupo que reúne ricos e emergentes), entre eles o Brasil, adotou medidas protecionistas desde novembro do ano passado, quando prometeram não recorrer a ações para dificultar o comércio com as outras nações, de acordo com estudo do Banco Mundial.
No caso brasileiro, ele aponta a adoção ou a intenção de usar duas medidas protecionistas pelo governo. A primeira foi a redução do IPI na venda de veículos. E a segunda, a decisão em janeiro (logo abandonada) de exigir licença prévia de importação para cerca de 3.000 itens.
Na semana passada, às vésperas do encontro com o americano Barack Obama, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o protecionismo é "um desastre para a economia mundial" no médio prazo: "Não é possível que o mundo rico, que passou meio século dizendo que era preciso ter livre comércio, criou a globalização, derrubou o Muro de Berlim e, agora, no primeiro calo que começa a doer, ache que tem que voltar o protecionismo".
Para o presidente do Banco Mundial, o americano Robert Zoellick, "os líderes não devem dar atenção ao som da sirene dos consertos protecionistas, seja pelo comércio, seja pelos pacotes de estímulo, seja pelos resgates". Ele disse ainda que "o isolacionismo econômico pode levar a uma espiral de eventos negativos como aqueles que nós vimos na década de 1930 e que fizeram uma situação ruim muito, muito pior".
O Banco Mundial diz que, desde novembro do ano passado, vários países, como 17 membros do G20, adotaram 47 medidas "que restringiram o comércio à custa de outras nações". A entidade, porém, ressalta que o impacto dessas ações no total do mercado é relativamente pequeno, apesar de elas terem um "efeito negativo significativo" nos exportadores diretamente afetados.
Em novembro, o G20 concordou em suspender, por um prazo mínimo de 12 meses, a adoção de qualquer nova barreira comercial como forma de estimular as transações

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