quarta-feira, 18 de março de 2009

Batalha de indígenas nas eleições presidenciais

Jornal do Brasil

18/03/2009

Dirigente Alejo Lazo concorrerá com Morales, que buscará reeleição

O dirigente indígena Alejo Véliz Lazo anunciou sua candidatura à Presidência da Bolívia para as eleições gerais de 6 de dezembro, em oposição ao atual presidente, Evo Morales, que buscará a reeleição.

Véliz Lazo divulgou que será candidato pelo partido Povos pela Liberdade e Soberania (Pulso) Justificar"diante da frustração dos povos indígenas que questionam Evo Morales, incapaz de refletir os interesses do povo boliviano".

O dirigente indígena de origem quíchua anunciou a criação do partido Pulso em coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados e disse que seu partido "tem o grande desafio de unir os povos originários com os demais setores da sociedade boliviana, afastando o racismo impulsionado pelo governo".

Ainda que outros dirigentes políticos já tenham demonstrado interesse em enfrentar Evo Morales nas eleições gerais de dezembro, Alejo Véliz é o primeiro a oficializar a candidatura.

O dirigente do Pulso ainda não definiu quem será o candidato a vice-presidente.

– Mas lhes asseguro que meu vice nunca será um terrorista condenado – afirmou, referindo-se ao atual vice, Álvaro García Linera, que cumpriu pena de cinco anos por atividades terroristas.

Em reprovação ao governo de Morales, Véliz Lazo afirmou que ele "decidiu apenas atacar seus adversários políticos, esquecendo a importância do componente econômico e do desenvolvimento do país".

A Corte Eleitoral confirmou que já reconheceu a pessoa jurídica do partido Pulso, que está habilitado a postular candidatos a presidente, vice-presidente e membros da futura Assembleia Legislativa Plurinacional.

Viagem a turismo

O ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, qualificou de "turismo político" a viagem à Europa dos governadores regionais autonomistas de Santa Cruz e Tarija, os opositores Rubén Costas e Mario Cossío.

Em entrevista à televisão estatal, Quintana indicou que os opositores viajam frequentemente com o dinheiro dos moradores para conseguir de organizações de direita e extrema-direita financiamento para as eleições gerais de dezembro.

– A melhor forma de obter recursos para uma campanha da direita é viajar e se transformar em vítima na Europa – disse Quintana.

Autoridades de Santa Cruz disseram que Costas e Cossío, dois dos principais opositores autonomistas, estão na Alemanha para denunciar os abusos políticos que a oposição sofre. Os dois governadores também estiveram no fim de semana passado na Itália. O ministro assegurou que Costas não tem argumento para acusar o governo, e disse que na Bolívia o respeito à liberdade de imprensa e opinião é maior que em outros países da região.

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