terça-feira, 18 de novembro de 2008

Redução de ações das FARC na fronteira

A Folha de São Paulo publica, no dia 18 de novembro de 2008, matéria sobre a ação das FARC na fronteira Brasil-Colômbia.


General Heleno vê redução de ações das Farc na fronteira

Kátia Brasil, da Agência Folha, em Manaus
COLÔMBIA

O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, disse ontem em Manaus que houve um "esvaziamento" das ações das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na fronteira do Brasil com a Colômbia. "Elas [as Farc] estão concentradas hoje em outra parte do país [Colômbia]", afirmou.
Na fronteira do Brasil com Colômbia e Venezuela, o Exército brasileiro mantém 9.600 de seus 25.751 homens na região amazônica. O foco maior de atenção é a chamada Cabeça do Cachorro, no município São Gabriel da Cachoeira (850 km de Manaus), onde foi registrado em 2006 o último incidente. Na ocasião, soldados brasileiros trocaram tiros com supostos guerrilheiros em Cucuí, a 150 km de São Gabriel.
Segundo o general Heleno, hoje os guerrilheiros estão isolados. "Eles estão muito acuados. É evidente o enfraquecimento das Farc depois que perderam alguns de seus líderes mais importantes. Estão quase que confinados numa parte do país, que não inclui a nossa fronteira. O que se sabe é [que estão presentes em] uma área mais próxima à Venezuela e ao Equador", afirmou. No início do ano a guerrilha perdeu 3 dos 7 membros de seu secretariado, inclusive o líder-máximo Manuel Marulanda.
Mas o comandante militar da Amazônia disse que o narcotráfico continua e usa os rios da região como rota. "Não é simplesmente uma diminuição da atuação das Farc que vai reduzir drasticamente o narcotráfico, pois [os guerrilheiros] não são os únicos que se aproveitam dos recursos do narcotráfico. Há muito mais gente envolvida", afirmou Heleno, que abriu ontem a reunião bilateral de inteligência entre militares dos dois países.
O general ressaltou a importância da colaboração mútua. "Temos problemas comuns. Um dos pontos mais importantes da reunião é a atuação em operações com respeito total aos direitos humanos. É fundamental a colaboração do outro lado [Colômbia] para que isso não se transforme em direito de bandido", disse.

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