Matéria da Folha de São Paulo (do dia 16 de outubro de 2008) traz mais exemplos de aplicação da justiça de transição pela América Latina.
Chile condena oficiais da ''Caravana da Morte''
General e cinco comandados correram o país em 73 e mataram 120 opositores
Episódio procurou semear o terror entre partidários do regime deposto; Pinochet cumpriu prisão domiciliar pela forma de extermínio
Da Redação
A Corte Suprema do Chile condenou ontem cinco oficiais das Forças Armadas a penas de quatro a cinco anos de prisão por terem participado da chamada "Caravana da Morte", que executou sumariamente em 1973, em diferentes pontos do país, cerca de 120 opositores à ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).
O principal sentenciado foi o general Sérgio Arellano Stark, que comandou o grupo de seis militares que percorreu o Chile num helicóptero Puma. A aeronave aterrissava para a execução de dissidentes que acabavam de ser presos.
A operação, destinada a aterrorizar os partidários do deposto presidente socialista Salvador Allende, consistia em matar os prisioneiros com armas brancas ou armas de fogo de baixo calibre, enterrando-os em valas comuns que não eram a seguir identificadas.
O mais bárbaro episódio ocorreu em Calama, ao norte do Chile, onde 26 prisioneiros foram retirados de uma prisão ao acaso. Depois de mortos, foram sepultados nas areias do deserto próximo.
O caso foi investigado judicialmente nos anos 90 pelo juiz chileno Guzmán Tapia, que em 1999 determinou a prisão dos oficiais ontem julgados em última instância.
Prisão de Pinochet
Foi em razão da "Caravana da Morte" que o ditador Pinochet, morto em 2006, foi condenado à prisão domiciliar, em seu único processo por violação dos direitos humanos. A sentença foi em seguida suspensa pela Corte Suprema, em razão do estado de saúde do militar. A ditadura matou ao todo cerca de 3.000 dissidentes e torturou outros 28 mil.
O advogado do general Stark qualificou a sentença "de profundamente injusta para com um homem de 88 anos". Familiares das vítimas, no entanto, qualificaram a decisão judicial de "uma boa notícia" em memória dos prisioneiros mortos.
Chile condena oficiais da ''Caravana da Morte''
General e cinco comandados correram o país em 73 e mataram 120 opositores
Episódio procurou semear o terror entre partidários do regime deposto; Pinochet cumpriu prisão domiciliar pela forma de extermínio
Da Redação
A Corte Suprema do Chile condenou ontem cinco oficiais das Forças Armadas a penas de quatro a cinco anos de prisão por terem participado da chamada "Caravana da Morte", que executou sumariamente em 1973, em diferentes pontos do país, cerca de 120 opositores à ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).
O principal sentenciado foi o general Sérgio Arellano Stark, que comandou o grupo de seis militares que percorreu o Chile num helicóptero Puma. A aeronave aterrissava para a execução de dissidentes que acabavam de ser presos.
A operação, destinada a aterrorizar os partidários do deposto presidente socialista Salvador Allende, consistia em matar os prisioneiros com armas brancas ou armas de fogo de baixo calibre, enterrando-os em valas comuns que não eram a seguir identificadas.
O mais bárbaro episódio ocorreu em Calama, ao norte do Chile, onde 26 prisioneiros foram retirados de uma prisão ao acaso. Depois de mortos, foram sepultados nas areias do deserto próximo.
O caso foi investigado judicialmente nos anos 90 pelo juiz chileno Guzmán Tapia, que em 1999 determinou a prisão dos oficiais ontem julgados em última instância.
Prisão de Pinochet
Foi em razão da "Caravana da Morte" que o ditador Pinochet, morto em 2006, foi condenado à prisão domiciliar, em seu único processo por violação dos direitos humanos. A sentença foi em seguida suspensa pela Corte Suprema, em razão do estado de saúde do militar. A ditadura matou ao todo cerca de 3.000 dissidentes e torturou outros 28 mil.
O advogado do general Stark qualificou a sentença "de profundamente injusta para com um homem de 88 anos". Familiares das vítimas, no entanto, qualificaram a decisão judicial de "uma boa notícia" em memória dos prisioneiros mortos.
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