Folha de S. Paulo
18/09/2009
Viu-se mais uma vez superada pelos fatos a cantilena diplomática sul-americana contra o acordo militar entre Washington e Bogotá, que dá aos EUA direito de uso de sete bases em solo colombiano. A exigência dos vizinhos de garantias formais a respeito do alcance das atividades nas bases foi de novo rejeitada pelas autoridades colombianas na reunião ministerial da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) em Quito.
Nem sequer foi marcado outro encontro para tratar do assunto, que, para o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, está "encerrado". Tampouco foi apresentada cópia do acordo, ainda que a Colômbia reafirme o respeito à soberania dos países da região.
Decerto a ampliação do acordo EUA-Colômbia traz um elemento de desequilíbrio continental que exige atenção. Mas, além de um certo isolamento momentâneo de Bogotá, de prático a comoção liderada pelos "bolivarianos" Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales, coro no qual o presidente Lula logo se perfilou, não obteve coisa nenhuma.
A Unasul já chegou a Quito marcada mais pelas gafes e pelo destempero verbal de seus líderes do que pela relevância. Sobre o clima de diplomacia festiva que se ensaiava, e sobre as promessas de "transparência" em assuntos militares, impôs-se uma dura realidade: toda nação resiste a "prestar contas" quando se trata de defesa nacional. Essa resistência tende a ser maior se o país em questão, como a Colômbia, trava há décadas uma batalha crucial pela soberania do Estado contra cartéis de traficantes e grupos guerrilheiros -papéis que se imbricam nas Farc.
Há margem para cooperação militar na América do Sul, desde que restrita a programas e a temas específicos, que sejam do interesse de mais de um país. Sem a Colômbia -que ao mesmo tempo se isola e é isolada- e sem superar o amadorismo e o populismo que infestam a diplomacia regional, será impossível levar à frente essa agenda.
Nem sequer foi marcado outro encontro para tratar do assunto, que, para o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, está "encerrado". Tampouco foi apresentada cópia do acordo, ainda que a Colômbia reafirme o respeito à soberania dos países da região.
Decerto a ampliação do acordo EUA-Colômbia traz um elemento de desequilíbrio continental que exige atenção. Mas, além de um certo isolamento momentâneo de Bogotá, de prático a comoção liderada pelos "bolivarianos" Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales, coro no qual o presidente Lula logo se perfilou, não obteve coisa nenhuma.
A Unasul já chegou a Quito marcada mais pelas gafes e pelo destempero verbal de seus líderes do que pela relevância. Sobre o clima de diplomacia festiva que se ensaiava, e sobre as promessas de "transparência" em assuntos militares, impôs-se uma dura realidade: toda nação resiste a "prestar contas" quando se trata de defesa nacional. Essa resistência tende a ser maior se o país em questão, como a Colômbia, trava há décadas uma batalha crucial pela soberania do Estado contra cartéis de traficantes e grupos guerrilheiros -papéis que se imbricam nas Farc.
Há margem para cooperação militar na América do Sul, desde que restrita a programas e a temas específicos, que sejam do interesse de mais de um país. Sem a Colômbia -que ao mesmo tempo se isola e é isolada- e sem superar o amadorismo e o populismo que infestam a diplomacia regional, será impossível levar à frente essa agenda.
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