Editorial do jornal O Globo fala sobre a nova estratégia de defesa nacional.
Poder dissuasório
19/12/2008
O Estado brasileiro tem a responsabilidade de proteger e preservar a Amazônia, de zelar pela integridade de imensas riquezas minerais - como as províncias petrolíferas no oceano, incluindo as do pré-sal - e de vigiar com a atenção devida todas as fronteiras. É inegável que o principal instrumento para isso - as Forças Armadas - não têm hoje condições de fazê-lo adequadamente, devido a uma série de limitações. Nesse contexto, a Estratégia Nacional de Defesa, assinada pelos ministro Nelson Jobim e Mangabeira Unger, da Defesa e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, é um importante instrumento para que o país recupere o poder de dissuasão compatível com sua importância geopolítica e econômica.
Articula-se com o plano um acordo a ser assinado com a França, prevendo inicialmente a compra de submarinos nucleares e, futuramente, a transferência de tecnologia para sua fabricação em nosso país. O submarino de propulsão nuclear é o armamento indicado para guarnecer um litoral vasto como o brasileiro devido à sua capacidade de operar submerso por longos períodos. O governo brasileiro pretende aumentar a prospecção e o aproveitamento de jazidas de urânio, além de construir novas usinas nucleares para fins civis. Aliás, nada disso muda o perfil do Brasil como um país pacífico, que busca acima de tudo a resolução de conflitos pela via do diálogo e da diplomacia. Mas entendem as autoridades, com acerto, que devem ter os instrumentos necessários para reagir a ameaças de qualquer tipo ao nosso território, população e riquezas naturais.
Convém frisar que o país está num continente em que sobrevivem organizações guerrilheiras e narcoguerrilheiras, em que o tráfico de drogas e armas é um enorme desafio à sociedade, e em que regimes autoritários populistas buscam posições hegemônicas. Prova disso são bilionárias compras de armas pela Venezuela "bolivariana", que denunciam intenções não apenas defensivas.
Com a volta ao poder dos civis, em 1985, a questão militar ficou em segundo plano, por estar contaminada pela imagem da ditadura. Foi um erro. Desconsiderar a necessidade de Forças Armadas eficientes e aparelhadas é ir contra a soberania nacional, que todos defendem.
Poder dissuasório
19/12/2008
O Estado brasileiro tem a responsabilidade de proteger e preservar a Amazônia, de zelar pela integridade de imensas riquezas minerais - como as províncias petrolíferas no oceano, incluindo as do pré-sal - e de vigiar com a atenção devida todas as fronteiras. É inegável que o principal instrumento para isso - as Forças Armadas - não têm hoje condições de fazê-lo adequadamente, devido a uma série de limitações. Nesse contexto, a Estratégia Nacional de Defesa, assinada pelos ministro Nelson Jobim e Mangabeira Unger, da Defesa e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, é um importante instrumento para que o país recupere o poder de dissuasão compatível com sua importância geopolítica e econômica.
Articula-se com o plano um acordo a ser assinado com a França, prevendo inicialmente a compra de submarinos nucleares e, futuramente, a transferência de tecnologia para sua fabricação em nosso país. O submarino de propulsão nuclear é o armamento indicado para guarnecer um litoral vasto como o brasileiro devido à sua capacidade de operar submerso por longos períodos. O governo brasileiro pretende aumentar a prospecção e o aproveitamento de jazidas de urânio, além de construir novas usinas nucleares para fins civis. Aliás, nada disso muda o perfil do Brasil como um país pacífico, que busca acima de tudo a resolução de conflitos pela via do diálogo e da diplomacia. Mas entendem as autoridades, com acerto, que devem ter os instrumentos necessários para reagir a ameaças de qualquer tipo ao nosso território, população e riquezas naturais.
Convém frisar que o país está num continente em que sobrevivem organizações guerrilheiras e narcoguerrilheiras, em que o tráfico de drogas e armas é um enorme desafio à sociedade, e em que regimes autoritários populistas buscam posições hegemônicas. Prova disso são bilionárias compras de armas pela Venezuela "bolivariana", que denunciam intenções não apenas defensivas.
Com a volta ao poder dos civis, em 1985, a questão militar ficou em segundo plano, por estar contaminada pela imagem da ditadura. Foi um erro. Desconsiderar a necessidade de Forças Armadas eficientes e aparelhadas é ir contra a soberania nacional, que todos defendem.
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