Jornal do Brasil
Data: 11/02/2009
Paulo Marcio Vaz
Entrevista-Victória Grabois
A vice-presidente do Grupo tortura Nunca Mais Victória Lavínia Grabois recebe com entusiasmo as declarações do presidente americano, Barack Obama, a respeito da posição de seu governo em relação à tortura – em sua primeira entrevista coletiva como presidente, Obama admitiu que "casos evidentes de tortura serão investigados". Victória também vê com otimismo a possibilidade de diálogo entres EUA e Irã, país considerado financiador de atividades terroristas e aplaude a decisão americana de fechar as portas da prisão de Guantánamo, onde supostos casos de tortura a prisioneiros de guerra ainda estão por ser elucidados.
Como a senhora vê as declarações do presidente Barack Obama sobre uma possível investigação de casos de tortura nos Estados Unidos?
Temos de aplaudir esta nova postura americana em relação à tortura e aos abusos cometidos pelos governos anteriores. Obama já deu sinais claros de que adotará outra postura em relação aos direitos humanos quando anunciou a intenção de fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba. Certamente, parece que teremos um outro enfoque dos EUA sobre direitos humanos, e isso é muito bom.
Esta postura americana poderia influenciar países como o Brasil a também decidir investigar casos de tortura contra presos políticos durante a ditadura militar?
Acho que não podemos descartar esta possibilidade. No Brasil, ainda há muita influência do que é decidido lá fora e uma postura mais dura dos americanos em relação aos crimes de tortura ocorridos em governos anteriores poderia, quem sabe, influenciar o governo brasileiro a ir pelo mesmo caminho. Um fato parecido aconteceu no governo Fernando Henrique Cardoso, quando uma jornalista abordou publicamente o presidente, durante um evento na Casa Branca, denunciando casos de desaparecidos políticos no Brasil que ainda não tinham sido dados como mortos. Como a abordagem repercutiu internacionalmente, FHC decidiu sancionar a Lei 9.140/95, que reconheceu a responsabilidade do Estado pelas mortes e desaparecimentos.
A possibilidade de haver diálogo entre os EUA e países como o Irã, tidos como financiadores do terrorismo, também é uma boa notícia?
Não há dúvidas que sim. O diálogo é a base de qualquer iniciativa para mudar o atual cenário mundial, que é muito delicado. Só desta forma é possível esclarecer os verdadeiros motivos que levam estes países a terem posturas radicais e a financiar atos de terrorismo. Certamente, as atitudes iniciais de Barack Obama inspiram confiança em um futuro mais promissor em relação ao terrorismo e ao combate à tortura. Estamos otimistas.
Entrevista-Victória Grabois
A vice-presidente do Grupo tortura Nunca Mais Victória Lavínia Grabois recebe com entusiasmo as declarações do presidente americano, Barack Obama, a respeito da posição de seu governo em relação à tortura – em sua primeira entrevista coletiva como presidente, Obama admitiu que "casos evidentes de tortura serão investigados". Victória também vê com otimismo a possibilidade de diálogo entres EUA e Irã, país considerado financiador de atividades terroristas e aplaude a decisão americana de fechar as portas da prisão de Guantánamo, onde supostos casos de tortura a prisioneiros de guerra ainda estão por ser elucidados.
Como a senhora vê as declarações do presidente Barack Obama sobre uma possível investigação de casos de tortura nos Estados Unidos?
Temos de aplaudir esta nova postura americana em relação à tortura e aos abusos cometidos pelos governos anteriores. Obama já deu sinais claros de que adotará outra postura em relação aos direitos humanos quando anunciou a intenção de fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba. Certamente, parece que teremos um outro enfoque dos EUA sobre direitos humanos, e isso é muito bom.
Esta postura americana poderia influenciar países como o Brasil a também decidir investigar casos de tortura contra presos políticos durante a ditadura militar?
Acho que não podemos descartar esta possibilidade. No Brasil, ainda há muita influência do que é decidido lá fora e uma postura mais dura dos americanos em relação aos crimes de tortura ocorridos em governos anteriores poderia, quem sabe, influenciar o governo brasileiro a ir pelo mesmo caminho. Um fato parecido aconteceu no governo Fernando Henrique Cardoso, quando uma jornalista abordou publicamente o presidente, durante um evento na Casa Branca, denunciando casos de desaparecidos políticos no Brasil que ainda não tinham sido dados como mortos. Como a abordagem repercutiu internacionalmente, FHC decidiu sancionar a Lei 9.140/95, que reconheceu a responsabilidade do Estado pelas mortes e desaparecimentos.
A possibilidade de haver diálogo entre os EUA e países como o Irã, tidos como financiadores do terrorismo, também é uma boa notícia?
Não há dúvidas que sim. O diálogo é a base de qualquer iniciativa para mudar o atual cenário mundial, que é muito delicado. Só desta forma é possível esclarecer os verdadeiros motivos que levam estes países a terem posturas radicais e a financiar atos de terrorismo. Certamente, as atitudes iniciais de Barack Obama inspiram confiança em um futuro mais promissor em relação ao terrorismo e ao combate à tortura. Estamos otimistas.
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